O 4.º Expedicionário - O Toy Mickey

Apresento-vos o 4.º expedicionário - o Toy Mickey - ainda sem o "make up" de agradecimento aqueles que nos apoiaram, mas já arreado com todos os apetrechos.

Semana 01/2010

Esta semana começou com o carregamento dos fumados oferecidos pelo meu grande amigo Zé Oliveira das Carnes Seara. Obrigado e um abraço "my friend". Como são produtos que não se estragam, desde que bem acondicionados, já estão nas sacas térmicas para seguirem viagem. Como os almoços vão ser todos volantes e os jantares não sabemos quantos temos que confeccionar, há que prevenir.
Uma boa novidade: uma equipa portuguesa vai participar na categoria "Adventure" do BB2010. Embora sigamos caminhos diferentes de Marrocos ao Mali não vão faltar oportunidades para nos encontrarmos e quem sabe virmos juntos de volta. Para já vêmo-nos em Budapeste. Boa viagem até Budapeste amigos.
Amanhã, quinta feira, 31 de Dezembro, ultimo dia do ano, vou mostrar-vos fotografias do quarto expedicionário: o Toy Mickey, como acabou de ser baptizado.
Quando olho para a "contadeira" aí ao lado parece que está parada, mas não pára, está cada vez mais "near by".

Semana 52/2009

Está definido o local da partida do BB 2010 - O Hungaroring - circuito onde se disputa, entre outros, o Grande Prémio da Hungria de Formula 1 e fica situado em Mogyoród nas vizinhanças de Budapeste.
A partida é dada no dia 16 de Janeiro pelas 08h e os participantes inicam a odisseia numa pequena pista TT "para ver se os carros têm tudo bem fixado".
Bom, está na altura de falar da nossa viatura.
O carro que, se tudo correr como previsto, nos vai levar até Bamako e trazer de volta até à nossa "alegre casinha" é um Toyota Land Cruiser KZJ 95.
Recentemente sentiu-se indisposto (custava-lhe pegar...) e conclui-se que tinha um problema na bomba injectora. Desmontada e reparada a dita tudo indica que o problema está solucionado. Antes disso tinhamos "calçado" o Toy com pneus novos - 4 General Grabber AT2 265-70/16 - e uma suspensão mais "à maneira" - molas OME+4cms, amortecedores IronMan Foam Cell atrás e OME à frente. Ficou bastante mais apto. Colocamos-lhe também protecções por baixo e um "dog guard" para encher a bagageira até ao tecto. Na bagageira vai ser colocada uma plataforma para ficarmos com rés do chão e andar senão a bagunça é total. Foi-lhe aplicado um intercooler do KDJ o que o pôs bastante mais ladino e esperamos o refresque quando chegarem às altas temperaturas; uma segunda bateria à qual ligamos duas entradas de isqueiro; instalamos o cabo Antena/CB que é portátil;um farol de trabalho "and so on". No tejadilho vai levar uma tenda e duas barras com a sexta roda, dois jerrycans, as pranchas plásticas, o "high lift" e duas ópticas - vai no limite. Dos 150 kgs ficam-lhe as penas.
O aquecimento do Toy não está nada famoso. Há que fazer uma revisão à "chauffage" já que vamos começar em temperaturas bastante "cool". Hoje em Munique estão - 14º, mas "feels like" - 22º. E como de seguida vêm o calor do Sahel há que carregar o AC.
Para navegação, parece a NASA: um pc, dois Garmin e um PDA como hard e o Mapsourse e o Ozi como soft. Em papel, dois mapas Michelin.
Vamos tapar os vidros laterais traseiros e o vidro da porta traseira com vinil. Reduz o calor e dá mais "privacidade" aos nossos pertences.
Conforme me for lembrando vou acrescentando aqui todas as "judiarias" que formos fazendo ao Toy.
Fica a faltar a foto do quarto "expedicionário" - o Toy - mas, como ainda lhe falta todo o "make up", achamos por bem aguardar. Quando estiver mais "compostinho" a foto aparece.

Semana 51/2009

Pois, dentro de um mês entramos no avião rumo a Munique para nos encontrarmos com o Toy que vai lá ter de camião e depois todos juntos até Budapeste e por aí até Bamako.
Só que o Toy tem andado um pouco indisposto, teve uma intervenção cirurgica e está actualmente na UCI. Retiram-lhe a bomba injectora que está em observação. Todos acreditamos que o Toy vai ficar bom e rápido. Contamos com ele para a nossa odisseia.Os próximos dias são cruciais.
Noticias de um casal italiano raptado no sudeste da Mauritânia próximo da fronteira com o Mali. Pá, não acham que isto está a aquecer demais?

Semana 50/2009

Apesar de toda a azáfama dos nossos preparativos para o grande rally africano, não podemos ficar indiferentes à actual situação na Mauritânia e no Mali, paises para onde se dirigirá o evento.
A insegurança está implantada na região. Hoje 08.12 a Al Qaeda do Magreb ou, como já se corrige, a Al Qaeda do Sahel reivindicou o sequestro dos três expedicionários catalãos na Mauritânia e do quimico francês no Mali.Até ao presente, não obtivemos qualquer reacção de Budapeste e depositamos toda a confiança nos nossos amigos húngaros. De qualquer forma, não deixamos de estar apreensivos. Também é verdade que, nesta altura, ambos os paises estão em alerta e segurança máxima com toda a comunidade internacional a observa-los.

Semana 49/2009

Hoje o dia é para a serralharia. Preparar suportes e fixações para a tralha do tejadilho.
Amanhã vamos ver como o Toy se comporta na areia e aproveitar para "desenferrujar" o compressor.
Quarta feira vai para a oficina: instalar o Intercooler do D4D.
Sábado têm que estar apto outra vez para experimentar a areia já com o ar mais fresquinho.
A notícia do recente rapto de três expedicionários catalãos na estrada Nouadhibou/Nouakchott veio reacender os receios da travessia da Mauritânia, palco de vários atentados contra viajantes. O crescente aumento das actividades da Al Qhaeda no Magreb vêm dificultar o apoio e a ajuda humanitária às populações pelas diversas ONGs.
Em 2008 foi o Lisboa/Dakar que foi cancelado. Esperemos que o mesmo não aconteça ao BB no Janeiro próximo.

Semana 48/2009

Lá consegui a sexta jante (pneu já tinha). O Luis Capelo dispensou-me uma. Quanto a transporta-la acho que também encontrei a solução: arranjar um suporte de roda original do carro que está fixada com quatro parafusos à porta traseira e aparafusa-la em duas barras de tejadilho. Acho que vai ser uma boa solução.
Com dois suportes de jerrycan, um de cada lado do pneu e duas ópticas, as barras cumprem bem a sua função.
Fiquei a saber também através do Luis que se pode instalar as luzes de stop, piscas e a luz de marcha atrás do lado direito nos farolins superiores do KZJ com bastante facilidade. Basta conseguir os casquilhos de qualquer Toyota. O resto está tudo por lá bastante acessível.
Estive a magicar a colocação do farol de trabalho. Para já a ideia é fixa-lo através de um tubo ao suporte do pneu suplente. Para isso é preciso desviar o pneu suplente da porta um centimetro, centímetro e meio. A solução vai passar por trocar os pernos do suporte por uns maiores.
O tejadilho vai repleto. Duas ópticas, dois jerrycans, a sexta roda e a tenda.

Semana 47/2009

Hoje, segunda 16, foi um dia BB. Com o temporal que se fez sentir aqui no norte foi um dia de loucos. Da Povoa de Varzim ao Porto demorei uma hora e quarenta e cinco minutos apesar de todas as alternativas experimentadas. Apanhei o Paulo e fomos buscar as protecções inferiores para colocar no Toy.
Já levava os documentos dos vistos praticamente prontos para enviar por EMS. Reunimos com o Nelo, assinamos e carimbamos os documentos mas, alguém se tinha esquecido de tirar as fotos. O faltoso lá foi tirar as "chapas", ultimos retoques nos docs., coloca-los na saqueta EMS junto com os passaportes e leva-la aos CTT. O quê? Então um envelope com 289g por EMS para Budapeste custa € 76,08? Bem não fosse o risco acrescido de extravio e possível atraso tinha ido em correio registado que era um "pau".É quase o preço de lá ir de avião levá-los.
Vamos lá colocar as protecções inferiores no veículo que se faz tarde. Às 19h, protecções no sítio, ferramenta arrumada, mais uma vista de olhos para arranjos próximos e toca a fechar a garagem.
Quase me esquecia de mais uma despesa. Transferir os "fees" dos vistos para o BB Office. Mais € 390,00 (3x130) a sair da conta do team.
Faltam dois meses para o inicio do BB 2010. Começou o "count down".
Abro aqui um parentesis:
Somos bombardeados com compre "Made in Portugal", apesar de os nossos parceiros comunitários dizerem que tal anuncio não é muito legal (ou legau?). Sou 200% fan da ideia. Mas uma coisa é certa: não me vou atirar ao mar por causa da ideia, pese embora viva perto dele. Atónico com os custos do EMS fui "checar" os preços da UPS e da DHL. Bem a difença é abismal. Não pensem duas vezes se necessitarem de usar correio expresso: fujam dos CTT/EMS.
Estamos em grande contenção de custos porque, penso que já disse por aí, este ano o BB sofreu uma grande alteração. Nos anos anteriores os participantes podiam juntar-se à caravana em qualquer lugar da Europa onde esta parasse ou no norte de Marrocos.
Acontece que o BB está a ficar muito grande, está a acusar as responsabilidades e, após um calhamaço de 46 páginas de regras, quem quiser participar têm que partir de Budapeste onde se realiza uma verificação técnica obrigatória.
A cidade é magnânime ou não fosse a preferida da "Sissi". Mas em Janeiro é gélida e, para nós vai redundar em mais 4.300 quilómetros. Se apanhassemos a caravana em Nador. p. ex., percorriamos do Porto/Nador cerca de 1.400 Kms e uma travessia de barco de 45 minutos.
Com a ida a Budapeste temos 3.000kms Porto/Budapeste e 2.700Kms, Budapeste/Almeria seguido de uma noite para atravessar o mediterrâneo.
Como não estamos a pensar atravessar a Europa de carro, logo em Janeiro e logo antes da jornada que nos espera, temos planeado mandar o carro para uma cidade do sul da Alemanha por camião. Nós viajamos de avião para a cidade escolhida, pernoitamos e, no dia seguinte, pegamos no carro e viajarmos por estrada até Budapeste.
Tudo somado, quando pensavamos sair de Portugal no dia 17.01, ir dormir a Tanger, no dia seguinte acordar nas calmas e seguir para Nador para, no outro dia nos juntarmos à caravana, vejam a diferença: mandar o carro para a Alemanha e viajarmos de avião para lá. Uma noite na Alemanha. Dia seguinte pegar no carro e rumar a Budapeste. Duas noites e um dia em Budapeste.
Começa o BB 2010. Primeira etapa, Budapeste/Bréscia. Depois até Perpignan e de seguida Almeria. Cereja em cima do bolo: uma noite no barco até Marrocos.
Traduzido em €s quase que nos duplica os custos.
Bom, o reverso da medalha é que, efectivamente, o BB começa em Budapeste. Espera-nos uma grande concentração de pessoas e viaturas bem como uma "rave" hungara.
Vamos é tratar do que ainda falta...
Pronto. O carro vai para Munique e nós vamos lá ter de avião. Depois é recolhe-lo no transitario e até Budapeste.
Pena não termos tempo para rever o Palácio de Chiemsee (na ilha com o mesmo nome) mandado edificar por Luis II. Se estiverem por estas bandas não percam.
Conseguimos mais um apoio: a Exide Tudor. Obrigado caro amigo.

Semana 46 / 2009

Colocar o carro directamente em Budapeste não está fácil. As alternativas são Munique ou Estugarda.
Chegou o mail do BB Office para tratar e enviar a papelada para a emissão dos vistos da Mauritânia (duas entradas) e Mali.É um questionário e pêras (pese embora parte seja facultativa).
Bem, não deve ser fácil tratar de vistos para tanto povo.
Hoje são 11.11. Temos até 16.11. Na boa, embora um dos expedicionários tenha que dar corda aos sapatos pois o seu passaporte já não tem onde colocar mais carimbos.
Cidadãos do mundo.
Depois da Revista OffRoad 4x4 e da loja TT Graupuro, conseguimos o apoio da Nelo Kayaks. Thank you very nice my friends.
Os documentos para os vistos estão a dar um pouco de trabalho e "perícia". Principalmente a Mauritânia quer todas as informações possíveis e imaginárias. Ainda assim devem "embarcar" para Budapeste no primeiro dia do prazo, segunda 16.
Começamos a ter a sensação de que o BB é efectivamente um "zero assistance" rally. Feedback a questões sobre os vistos, nada. Há que pensar e agir. Vale que temos um "burocrata" no grupo habituado a estas andanças. Esperemos que esteja tudo em ordem.
A navegação também é preponderante num "passeio" fora de estrada.
Reunir bons mapas, trilhos, aparelhos de navegação, fazer cartogramas para poupar trabalho na escolha das cartas "and so on".
Acabei de fazer um cartograma da Mauritânia trabalho que tinha iniciado o ano passado quando me preparava para lá ir com o António Barros.
Enquanto "passeamos" pelos mapas parece que a viagem já começou.
Neste momento falta-nos "material" do Mali mas o Michelin 741 também é uma óptima ajuda.

Semana 45 /2009

Estamos a dois meses e meio do BB.
Ficou para trás um sem numero de contactos com o BB Office e reuniões entre nós para delinearmos toda a logística que uma expedição destas exige.
Preparar o carro, fazer o "packing list", decidir como chegar a Budapeste, a entrada de um terceiro expedicionário e ir acompanhando os mails do BB Office são os próximos "tasks".
A preparação do carro, um Toyota KZJ 95, começou: dog guard, barras para a tenda de tejadilho, colocação de amortecedores, molas e pneus. Aguarda-se o resto do material.
O "packing list" será publicado quando estiver completo.
Como chegar a Budapeste está a tornar-se nosso maior ponto de indecisão. A viagem de volta não está também definida mas, por certo, por muito que se planeie, vai sempre depender do "siroco" que nos der.
Ir por estrada é acrescentar 3.000 kms de volante ao já longo percurso do BB/BP (Bamako - Porto). Os orçamentos que recebemos para colocar o carro por camião em Budapeste são bastante elevados. A solução andará por Munique ou Estugarda. Na próxima semana têm que ficar resolvido para marcarmos os voos o mais rápido possível.
Tudo isto porque este ano, diferentemente dos anteriores, o BB Office exige que todos os participantes saiam de Budapeste.
Nos anos anteriores os portugueses que participaram juntaram-se à caravana em Marrocos. Só pouparam 4.300 kms.
Aderiu ao projecto o terceiro expedicionário - o Manuel, Nelo para os amigos. Sê bem vindo "my fiend".

Budapest-Bamako

O GRANDE DESAFIO AFRICANO

Quando tomei conhecimento do Budapeste – Bamako e vi as primeiras fotos, recordei os filmes cómicos antigos que satirizavam sobre as mais loucas viagens e corridas automóveis do mundo.
O B2 ou BB é essa loucura tornada realidade.
Nasceu em 2005 e, em apenas quatro anos, ultrapassou o Dakar. Hoje, o Budapeste - Bamako é o maior rally trans-sahariano e, também, o maior rally humanitário de África.
O húngaro Andrew G. Szabo encontrava-se em Conakry, capital da Guiné, quando o único avião comercial do país se despenhou. Encontrou a solução para o seu regresso a casa num Suzuki Samurai bem “fora de prazo”. Acompanhado por um guia local, em pleno Agosto, propôs-se fazer as 1200 milhas que o separavam de Bamako, capital do Mali. Esta viagem através da savana africana mudou-lhe a vida. Estava decidido, tinha que participar no Dakar.
Mas, “Chegado a casa conclui que os custos para participar no Dakar eram exorbitantes e que a forma como a prova estava organizada não deixava espaço para a participação dos condutores amadores.” disse Szabo. “ Senti também que o espírito de aventura do Dakar estava a ser preterido sendo substituído por interesses de marketing e cobiça corporativa.”
Desistiu de participar no Dakar porque os princípios iniciais da prova estavam desvirtuados, mas idealizou uma prova à sua imagem: com baixos custos, regras liberais e toda a experiência das épicas aventuras trans-saharianas.
Assim nasceu o Budapeste – Bamako.

No dia 26 de Dezembro de 2005, 42 veículos estavam alinhados em Budapeste preparados para o grande desafio africano – chegar a Bamako. A centena de participantes que se perfilou não imaginava que, com a sua participação e adesão, estava a dar origem a um dos eventos motorizados mais originais e completos da actualidade.
De carro, de camião ou de mota, qualquer um pode participar nas duas modalidades do maior desafio motorizado realizado no continente africano: ou participa na prova de competição ou na expedição, pura aventura e passeio.
Diferentemente do Dakar, não é necessário um veículo de centenas de milhares de euros, equipa de apoio, etc. O principal objectivo do Budapeste – Bamako é incentivar a participação dos amadores, nos seus carros do quotidiano. O primeiro carro que Szabo usou na corrida inaugural foi um Lada Niva, ligeiramente levantado, que lhe custou menos de € 1.200,00.
O BB é um misto de orientação, geo-caching e condução off-road. Na categoria competitiva, é uma prova onde as equipas vão arrecadando pontos ao completar as etapas em tempo e ao encontrarem geo-caches e geo-checkpoints.
As etapas têm habitualmente entre 400-600 quilómetros e 8-10 geo desafios. Alguns desses desafios pressupõem a interactividade com gente local e é necessária a ajuda destes para completá-los. O geo – caching obriga os participantes a sair do veículo, a experimentar África, a sua cultura, a “respirar” as suas vivências.
No total, a distância a percorrer ronda os 9.000 quilómetros. O percurso atravessa alguns dos mais exigentes trilhos do deserto e belos kasbahs de Marrocos antes de entrar no território do Sahara Ocidental com checkpoints por todo o lado e zonas fortemente minadas. Na Mauritânia as equipas têm que ultrapassar as dunas, o calor e as tempestades de areia. O desgaste das grandes etapas, a dificuldade dos trilhos e os atascansos na areia começam a deixar mossa nos participantes. É aqui que uns desistem e outros perdem tempo precioso com os seus veículos.
A partir do extremo sul do Sahara, as equipas rumam à capital do Mali por estradas e trilhos de terra vermelha, esburacados e enlameados numa paisagem de savana, com vegetação rasteira e embondeiros: cabanas de palha e argila, e crianças, de rasgados sorrisos e insistentes pedidos de brindes, que nos dão as boas vindas.
Na categoria adventure, o percurso não é tão exigente e há menos adrenalina. O prazer da expedição, da paisagem, da fotografia, dos cheiros e dos sabores e da descoberta emergem. Não que não haja desafios! Só que, nesta vertente, surgem de uma forma lúdica, de camaradagem e interacção entre participantes.
O percurso não é o mesmo para a categoria competição e aventura mas os participantes encontram-se a meio do trajecto.
Mas, o Budapeste – Bamako é também um evento humanitário. As equipas são encorajadas a levar artigos escolares, ferramentas, medicamentos e equipamento médico para distribuir pelas comunidades africanas que vão visitar.
Em 2009 o BB distribui cerca de € 700.000,00, em donativos, pelas comunidades africanas. Mais de 600 pessoas e 250 veículos participaram no rally e, por si só, representa 5% do turismo anual da Mauritânia.

O Budapeste – Bamako 2010

O próximo B2 parte de Budapeste, capital da Hungria, no dia 16 de Janeiro e termina em Bamako a 01 de Fevereiro.
No próximo ano, os festejos da véspera e da partida, prometem ser o maior acontecimento de sempre no desporto automóvel.
Toda a noite anterior à partida será de rave-festival, com músicos e dj´s europeus e africanos. As equipas das duas categorias partem juntas de um dos mais belos cenários da capital húngara apoiadas por uma enorme multidão de fans.
As duas categorias “navegam” em diferentes trilhos até Bamako apenas se encontrando em Kiffa e, finalmente, em Bamako.
As categorias adventure e Bamako Spirit serão percorridas em trilhos menos exigentes para veículos, pilotos e acompanhantes.
Na categoria racing os trilhos serão mais duros e espectaculares - um clássico rally sahariano. Contudo, ressalvando umas três ou quatro etapas, qualquer veículo automóvel estará apto a cumprir as exigências dos desafios diárias, mesmo para essas, estão previstas escapatórias. É um rally euro – africano “à la carte”.
A Beach Party realizar-se-á a 150 kms de Nouakchott, capital mauritana, no 10.º dia para a categoria racing e no 11.º para a categoria adventure.
Se para a categoria de competição ainda restam alguns lugares, as inscrições esgotaram, há muito, tempo, para a categoria aventura. Resta a inscrição em lista de espera… onde a fila já vai longa.
De qualquer forma, quer Alá quer Deus, são grandes e, definitivamente, em 2011 haverá mais e sempre melhor Budapest – Bamako.
Quem assegurou a participação no BB 2010 foi a equipa de reportagem da OffRoad 4x4 que irá acompanhar e fazer a cobertura integral do acontecimento.

Estejam atentos ao número de Março 2010 da OR4x4.


www.budapestbamako.org/en/

Intro

Terminada a VI Expedição Humanitária Évora - Bissau o pensamento imediato foi: qual a próxima expedição?
O Paulo anda doido por assistir ao Festival do Deserto em Essakane...
O Domingos também quer ir ao Mali...
A descoberta do Budapeste - Bamako empurrou o Festival do Deserto para outra altura.Mas foi por pouco...
O Festival, no próximo ano, decorre de 07 a 09 de Janeiro e o BB sai de Budapeste em 16.01. Era quase o pleno.
Mas, antes de aqui chegar...
Passeando pela Web demos com o "Budapeste - Bamako: The Great African Run".
Após rápida leitura concluimos - o BB 2010 será a nossa próxima expedição. Mas a coisa não esteve fácil...
O BB desdobra-se em duas categorias - A Race e a Adventure (há a categoria Spirit que oferece alguns lugares a quem vence mas que está incorporada na categoria Adventure).
Como não somos de corrida logo nos dirigimos à categoria Adventure para procedermos à inscrição. Pois, já só havia lugar na lista de espera e após algumas "demarches" logo concluimos que seria tempo perdido.
Lugares na categoria havia, mas não era essa a ideia ainda que se trate de uma prova de navegação e velocidade moderada.
Como temos a veia de jornalista e fotógrafo amadores (quem não têm?) decidimos propor ao BB Office e à revista OffRoad 4x4 acompanharmos a prova para fazer a reportagem do evento.
O Vitor Martins deu o ok imediato (obrigado amigo). O BB Office estava "under construction" e a coisa demorou, demorou, demorou e, finalmente, lá veio o ok. A OffRoad 4x4 Press Team está inscrita no BB 2010 para fazer a reportagem da categoria Race.
O programa é estar em Budapeste no dia 15.01.2010 para as inspecções técnicas, administrativas e para a "rave party" da partida.
No dia seguinte partida com destino a Bamako.
Bom, vamos lá preparar um "passeio" de cerca de 17.000 kms, 10.500 kms no sahara.
Mãos à empreitada...